sexta-feira, 9 de março de 2007

na falta de outros livros, estou lendo um Quintana que peguei "emprestado" da minha mãe.
voltando à fase da poesia...
apesar de a leitura não ter realmente fases, mas simplesmente existir, seja ela uma paixão ou não... e devo dizer que no meu caso é... espero que seja um vício realmente incurável e que eu nunca perca essa sensação tão gostosa que dá abrir um livro pela primeira vez, ler tudo sem parar para nada e me perder em histórias, filosofar, viver tudo aquilo...

e na dúvida de ter que ir para a casa do papai no fim de semana, acabei pegando a "ilíada", que eu nunca nem olhei direito para fazer um teste.
afinal, quem já leu tanto não deveria se incomodar em ler um clássico, por maior e mais antigo que seja...
pelo menos pode me ajudar a passar o tempo enquanto eu estiver com papai...

e o mundo gira imóvel como um pião!

XXXXX

Motivo da rosa

A rosa, bela infanta das sete saias
a cuja estirpe não lhe rouba, entanto,
o ar de menina, o recatado encanto
da mais humilde de suas aias,
a rosa, essa presença feminina,
que é toda feita de perfume e alma,
que tanto excita como tanto acalma,
a rosa... é como estar junto da gente
um corpo cuja posse se demora
-brutal que o tenhas nesta mesma hora,
em sua virgindade inexperiente...
Rosa, ó fiel promessa de ventura
em flor... rosa paciente, ardente, pura!
(Mário Quintana)


4º Motivo da Rosa

Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.
(Cecília Meireles)

porque no fim, só uma menina com saudade da vida que havia na casa dos avós...

let´s watch the flowers grow!

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